terça-feira, 19 de abril de 2011

LIÇÕES DE TCHERNOBYL E FUKUSHIMA





Parece que o caso de Fukushima é muito mais grave do que Tchernobil - pois milhares de toneladas(!) de água estão contaminadas com o Césio-137*. Apenas uma pequena pastilha matou, direta ou indiretamente, dezenas de pessoas, no caso de Goiânia - quando manipulada. Foi necessário constuir uma gigantesca fortaleza para isolar materiais radioativados perigosamente letais. Em Fukushima o mar foi contaminado em quantas centenas de milhares de toneladas de água? Quem se resposabiliza: a indústria que vende os reatores atômicos? O governo, que não fiscalizou rigorosamente? A empresa que foi irresponsável? A radiação provocada por vazamentos como esses são os mais nocivos para o meio ambiente pois ficam centenas, milhares - e alguns até milhões de anos em atividade! A nossa civilização precisa repensar seu modo de vida no planeta - sem auto-sustentabilidade existirá que tipo de futuro para as gerações que virão? Parece que a maioria dos que falam e escrevem à opinião pública está muito cautelosa, até timida, ao escrever e opinar sobre o trágico acidente de Fukushima - e suas consequências. Parece que o enfoque maior fica na variação de ações no mercado! Quem é que fala dos prejuízos ambientais? Quem fala do efeito cumulativo de vazamentos em várias partes do planeta? Quem fala sobre a quantidade de água utilizada no resfriamento de reatores e sobre o armazenamento seguro de toneladas de rejeitos radiativos, em grande parte do planeta? A ciência está preparada para prever o que acontecerá daqui há mil anos na conformação do planeta? Quais as medidas de segurança para armazenar de forma segura elementos radiativos do Urânio - que tem "meia-vida" contabilizados em milhões ... e até bilhões de anos em atividade? O silencio de quem sabia agravou o número de vitimas, nos holocaustos nazistas e em outros genocidios contra crianças e inocentes - como acontece com centenas de milhares de cristãos, HOJE, em países de intolerância islâmica. Isso não parece ser notícia para a Globo e outras redes que preferem o "politicamente correto". O mundo precisa acordar em busca de um estilo de vida sustentável capaz de conviver com a terra, o ar e a água, bem como ao direito de autodeterminação pessoal e liberdade para vivenciar sua fé e expressar seu pensamento - os bens mais preciosos para a vida - que é, afinal de contas, o que tem mais importância.
Pensem no futuro de seus filhos, netos, bisnetos. Sejamos os sábios em busca solidária de alternativas realmente civilizadas - pois à reboque de interesses corporativos que futuro teremos? (José J. de Azevedo)




*"Descoberto em 1860, por Kirchhoff e Bunsen, o elemento químico césio tem número atômico 55 e seus isótopos mais relevantes são o 133 e o radiativo 137. Assim, o césio-137 é um radioisótopo do césio que tem em seu núcleo 55 prótons e 82 nêutrons.Sua meia-vida, o tempo necessário para que sua atividade radiativa caia pela metade, é de trinta anos e, conforme se desintegra pela emissão radiativa, forma Bário-137. Na natureza apresenta-se como um metal alcalino, mas pode ser obtido da fissão nuclear do urânio ou plutônio.Materiais radiativos como césio 137 emitem radiações ionizantes, feixes de partículas ou de ondas eletromagnéticas capazes de atravessar corpos sólidos, afetando durante o trajeto suas estruturas atômicas. Radiações ionizantes de alta intensidade podem provocar lesões nas células e tecidos vivos, causando uma série de efeitos nocivos que caracterizam o chamado envenenamento por radiação" (Luiz Molina Luz-Professor Mestre em Química).

Observação - Este artigo foi postado primeiramente num site da Internet. Não sabemos será será publicado ou, como em outras, vezes, será censurado. Geralmente os comentários publicados são caracterizados pela falta de informação, apesar de bem-intencionados. Abaixo o artigo originalmente da Agência Estado, e republicado em outro site de noticias, que manteremos em sigilo:

Referente a:
Japão começa a retirar água radioativa de usina nuclear
Por Gabriel Bueno Agência Estado – 2 horas 59 minutos atrás

Trabalhadores começaram hoje a retirar água altamente radioativa que vazava diretamente de um reator danificado na usina nuclear Daiichi, em Fukushima, no Japão. Trata-se de um importante passo para se evitar mais contaminações na água do mar da região e acelerar o processo de estabilização dos reatores.
A água contaminada está no porão do prédio onde fica o reator número 2. Há 25 mil toneladas dessa água, segundo a proprietária da usina, a companhia Tokyo Electric Power (Tepco). A área foi alagada inicialmente pelo tsunami de 11 de março, que ocorreu após um terremoto no mesmo dia.
Mais água foi lançada nas estruturas para resfriar o reator, quando se bombeou 168 toneladas de água fria por dia. Acredita-se que muito dessa água deve ter absorvido radiação e então vazado por meio da piscina de supressão até o piso da unidade onde fica o reator. A câmara de supressão, que em geral guarda água para resfriar o reator, foi bastante danificada por uma explosão de hidrogênio ocorrida em 15 de março.
A radiação da água foi medida em 13 milhões de becquerels de iodo-131 por centímetro cúbico, 300 milhões de vezes acima do limite legal, e 3 milhões de becquerels de césio-137 por centímetro cúbico, o que é 30 milhões de vezes superior ao limite. Parte da água vazou para o oceano, aumentando a radiação em uma área de entre 15 e 20 quilômetros da costa.
De acordo com o plano, 10 mil toneladas de água serão removidas de um tanque de estocagem nos próximos 20 dias. Simultaneamente, começará o trabalho para se construir uma nova estrutura de processamento que irá destilar o sal e substâncias radioativas da água contaminada. A construção deve levar pelo menos dois meses, e assim mais da metade das 25 mil toneladas precisará ficar mais tempo no prédio do reator 2.
"Nosso foco, no momento, será na prevenção de vazamentos de água radioativa no oceano", disse Hidehiko Nishiyama, porta-voz e vice-diretor-geral da Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão. Mais cedo neste mês, trabalhadores lançaram 10 mil toneladas de água pouco radioativa no oceano, a fim de obter espaço para guardar a água mais radioativa. Países vizinhos, como Coreia do Sul e China, reclamaram da ação de Tóquio, bem como pescadores da região. Segundo Nishiyama, porém, isso não se repetirá.
Quatro dos seis sistemas de refrigeração dos reatores da usina Daiichi pararam de funcionar em 11 de março, causando problemas de superaquecimento nas unidades 1, 2 e 3. Agora, a Tepco e o governo trabalham com um cronograma para resolver a situação em entre seis e nove meses.
Hoje, a agência nuclear japonesa informou que a francesa Areva estabelecerá um processo de tratamento para lidar com a água mais contaminada da usina. Nas últimas três semanas, especialistas da Areva estão em Fukushima para ajudar a lidar com a crise. As informações são da Dow Jones.

Chefe da ONU pede "nova reflexão global" sobre segurança nuclear
terça-feira, 19 de abril de 2011 12:36

KIEV (Reuters) - Os desastres nucleares de Chernobyl e na usina japonesa de Fukushima mostraram a necessidade de "repensar globalmente" a energia nuclear, disse na terça-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Ban disse que o desastre de 1986 no norte da Ucrânia e a ameaça à usina nuclear de Fukushima após um terremoto e tsunami este ano demonstraram que "os acidentes nucleares não respeitam fronteiras." "Como podemos assegurar o uso pacífico da energia nuclear e a segurança máxima? Precisamos de uma nova reflexão global sobre essa questão fundamental," disse ele, falando em uma conferência internacional sobre Chernobyl.
Ban pediu uma revisão "de alto a baixo" das normas de segurança nuclear e exortou os países a aplicar altos padrões de precauções de segurança, autorizar inspeções independentes em suas usinas e ser mais transparentes, para conquistar a confiança pública.
"As usinas nucleares precisam ser construídas de modo a resistir a tudo, desde terremotos e tsunamis até incêndios e enchentes," disse ele, evidentemente com a crise de Fukushima em mente.
Ban pediu esforços para reforçar o trabalho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e usar sua capacidade de compartilhar conhecimentos especializados e know-how sobre questões de segurança nuclear.O secretário-geral manifestou apoio à convocação pela agência atômica da ONU de uma conferência ministerial sobre segurança nuclear, em junho, para tirar lições de Fukushima. A agência, da qual 151 países são membros, não possui poderes para implementar os padrões de segurança que recomenda.
(Reportagem adicional de Frederick Dahl em Viena)
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