quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CARTA AO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA


ROZANGELA ALVES JUSTINO

Consideramos que a punição imposta a psicóloga psicóloga Rozangela Alves Justino significa um atentado à dignidade da sua profissão. O que ela diz - salvo alguma expressão menos feliz - é a expressão do pensamento de muitas pessoas das mais diversas áreas do conhecimento. Como hábil articulista (seu blog: http://rozangelajustino.blogspot.com/ ) denota uma pessoa sincera e interessada na promoção humana de clientes e de pessoas que buscam os consultórios de psicólogos ou de psiquiatras para exporem seus dramas e em busca de resgatar a alma em sua integridade - que os leve a ser o que verdadeirmente são. Dentro da Democracia - que, felizmente ainda vigora constitucionalmente em nosso País - há vez e voz para a livre expressão do pensamento, de acordo com a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - da qual o Brasil é signatário - onde é radicalmente defendida. Ninguém pode chamar essa psicóloga de sectária nas suas críticas pois relata, em seu discurso, tanto a discriminação religiosa como a discriminação movida por movimentos de minorias. Cremos ser fundamental o papel dos Conselhos Profissionais na defesa da ética - porém proibir a profissional do exercício de sua vocação, a qual ama com dedicação e talento, onde busca a ética cristã para as dificuldades humanas e afetivas de seus clientes, é um exagero injusto e potencialmente pernicioso que, realmente, nos faz pensar que há, em curso, movimento habilmente orquestrado de impor à sociedade um padrão que a mesma rejeita. Toda a nossa geração lutou contra o regime autoritário que perdurou durante décadas em nosso País. Nossas atitudes devem honrar o esforço da mesma. Idéias como do PL 122 (Projeto de lei repetidamente rejeitado no Congresso Nacional), por exemplo, claramente ferem a Constituição de nosso País. Todo ser humano é igual diante da lei, independente do credo, posição política, opção social ou sexual, etc - no entanto querem ultrapassar a própria Constituição do Brasil e, então, impor padrões de comportamento a instituições, religiosas ou não, cuja fé e prática são baseadas em outros valores. Esse é um dos malefícios da massificação. Nesse sentido toda a radicalização é nociva e atenta contra os princípios éticos que norteiam a sociedade democraticamente organizada - e verdadeiramente civilizada!
No mundo onde vivemos - as manchetes constantemente revelam - crianças e adolescentes têm sido alvo da perversa e perniciosa manipulação; do abuso dentro e fora das fronteiras do lar. Cremos que grande número de pessoas querem mudar uma orientação sexual para a qual foram jogadas pela violência, arbítrio, exploração comercial, prostituição induzida, indução pela mídia e sites deprimentes de manipulação subliminar, insidia de pedófilos, exposição pornográfica e tráfico de seres humanos, por exemplo.
Por trás de muitos movimentos ativitas de minorias possivelmente gravitam pessoas que acham natural induzir crianças, com sua psique em formação, a comportamento contrário a sua índole. Essa conversa de que "não existe pecado do lado debaixo do equador" tem feito da atual geração um joguete onde quem lucra são traficantes, profissionais eticamente equivocados, os que querem impor libertinagem como se fosse liberdade real, os que querem impor a indefesos as suas taras - em nome de um ideal corrompido e corruptor. Minha gente, vamos botar a mão na consciência - se ela existir ainda - e não se deixar levar pelos modismos superficiais - em busca de uma sociedade realmente justa e solidária que veja no ser humano sua dignidade inerente e seu direito de crescer de forma sadia, fazer suas opções conscientes e lúcidas - sejam quais forem - de forma tranquila, sem coerções, sem imposições de grupos de pressão, sem serem vitimas daqueles que querem impor sobre os outros seu inferno particular. Segundo um dos fundadores da psicanálise, C.J. Jung, o papel da psicoterapia e "auxiliar o indivíduo a tornar-se o ser único que verdadeiramente é" - como, então, proibir alguém que deseja auxiliar aqueles que querem realmente ser o que são?

Cremos que o CFP - Conselho Federal de Psicologia - tem um papel, repetimos, importantíssimo diante de um País tão carente e, por outro lado, tão promissor. Podemos e devemos conviver com as diferenças, porém a liberdade não pode ser negociada em bastidores pois ela é inerente ao ser humano e atributo essencial da sua dignidade.
A Nação brasileira há séculos vem sendo vítima de tantas imposições de cima (elite económico/política) para baixo - levando a gritantes contrastes e injustiças inomináveis - especialmente contra os menores pobres - que acabam sendo massa de manobra.
Aqueles qe tiveram oportunidade de estudar, cursas faculdades e doutorados têm a grave responsabilidade de promover o verdadeiro progresso social que o Brasil tanto anela.

Que todas as decisões desse Conselho sejam norteadas pela justiça, a ética e cristalina lucidez!Fraterna e respeitosamente,

José J. de Azevedo, 13.08.2009

(Jornalista - Filiado ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais-PR - Matrícula 3996)

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