George Orwell, 1984 e o
Big Brother Brasil - BBB
Li “1984”, de George Orwell, nos anos da minha juventude. Foi impactante, pois vivíamos numa era em que muitas ditaduras pipocavam pelo mundo – inclusive no Brasil. No livro o “Big Brother”, é o ditador da fictícia Oceania – e uma caricatura do totalitarismo personificado em gente como Adolf Hitler, Benito Mussolini, Josef Stalin, entre outros truculentos menos famosos.
É lamentável que o tema do livro seja utilizado nesse circo televisivo chamado “BBB” – reality show que já caiu de moda em vários países em função da exigência cultural de seus habitantes. Infelizmente o programa está durando em nosso País – talvez por causa da crescente desvalorização da cultura (com C maiúsculo) e da educação – meios fundamentais para o desenvolvimento da crítica, dos valores éticos e do bom-senso. Nessa terra de ninguém, onde geralmente quem manda é o mais experto e não o mais eficiente ou o mais criativo, esse tipo de cultura brota e contamina especialmente o povo menos informado, mais carente de opções culturais e espirituais. Nesse sentido a juventude torna-se o alvo mais cobiçado – em função da sede da novidade, disposição para a contestação, etc.
Creio que por trás dos bastidores dessa teletela atual o interesse não é apenas o lucro custe o que custar – da emissora e dos patrocinadores. Há uma verdadeira conspiração, no sentido de vulgarizar, um estilo de vida que possa conduzir o País conforme mentes que buscam manipular o imaginário, com objetivo de impor sua agenda no mínimo tendenciosa – seja na escolha dos perfis dos candidatos à exposição ‘bigbrodhiana’, seja na indução ao consumo em função dos interesses comerciais (bebidas alcoólicas, tabaco, marcas, etc.) graças ao efeito demonstração e à manipulação subliminar. Nesse sentido esse Grande Irmão é manipulador, interesseiro, zombeteiro e depravado. Joga muito bem com o conceito de liberdade – porém seu objetivo é amarrar e escravizar milhões de pessoas conforme sua ambição pelo poder, pela fortuna, personificada nos candidatos que ralam na sua arena em busca do prêmio. A fome em busca da vontade-de-comer: casamento da cobiça com a ambição – com dezenas de milhões gastando seus centavos para participar desse jogo com de cartas marcadas.
Ao contrário do Estado – que era o instrumento de dominação da ficção “1984” dos ditadores, para a realização de seus planos malignos, agora é a iniciativa privada – o mercado com seus tentáculos - personificada nas potestades do ar (Redes de TV).
A série BBB também se presta ao serviço de levar ao conformismo a população quanto a constante quebra de privacidade que hoje se vê, com cameras nas ruas, nos corredores, nos elevadores, em repartições e coletivos – vigiando cada movimento do cidadão, sempre sob suspeição. Tudo em nome da segurança e da paz social! Para onde caminhamos nesse BBB universal? Parece haver, do outro lado das telas, uma insidia, uma mente poderosa, impessoal, enigmática, com sede ilimitada de informação para saciar seus quadrilhões de bites, – que nos lembra a saga genial dos personagens de Matrix, o filme. Como defender nosso corações e mentes da imposição brutal da violência, das aberrações cinematográficas, das perversões inculcadas, das tendências virtuais tendenciosas, da banalização da vida e do desprezo da alma?
Sejamos sábios, cautelosos e prudentes! Há maravilhosas sendas do saber e da verdadeira cultura nas bibliotecas, nos diálogos entre gerações, na camaradagem sadia e na afetividade sóbria de amizades que conduzem a hombridade. Pelo amor de Deus: O tempo é precioso demais para perdê-lo se expondo a malicia decrépita desse Big Brother!
George Orwell escreveu sua genial obra, “1984”, para prevenir e vacinar o mundo com relação a ameaça da tirania e do totalitarismo. Foi descaradamente traído! Leia esse livro em vez de ser tributário ingênuo dessa depressiva e miserável programação.
Big Brother Brasil - BBB
Li “1984”, de George Orwell, nos anos da minha juventude. Foi impactante, pois vivíamos numa era em que muitas ditaduras pipocavam pelo mundo – inclusive no Brasil. No livro o “Big Brother”, é o ditador da fictícia Oceania – e uma caricatura do totalitarismo personificado em gente como Adolf Hitler, Benito Mussolini, Josef Stalin, entre outros truculentos menos famosos.
É lamentável que o tema do livro seja utilizado nesse circo televisivo chamado “BBB” – reality show que já caiu de moda em vários países em função da exigência cultural de seus habitantes. Infelizmente o programa está durando em nosso País – talvez por causa da crescente desvalorização da cultura (com C maiúsculo) e da educação – meios fundamentais para o desenvolvimento da crítica, dos valores éticos e do bom-senso. Nessa terra de ninguém, onde geralmente quem manda é o mais experto e não o mais eficiente ou o mais criativo, esse tipo de cultura brota e contamina especialmente o povo menos informado, mais carente de opções culturais e espirituais. Nesse sentido a juventude torna-se o alvo mais cobiçado – em função da sede da novidade, disposição para a contestação, etc.
Creio que por trás dos bastidores dessa teletela atual o interesse não é apenas o lucro custe o que custar – da emissora e dos patrocinadores. Há uma verdadeira conspiração, no sentido de vulgarizar, um estilo de vida que possa conduzir o País conforme mentes que buscam manipular o imaginário, com objetivo de impor sua agenda no mínimo tendenciosa – seja na escolha dos perfis dos candidatos à exposição ‘bigbrodhiana’, seja na indução ao consumo em função dos interesses comerciais (bebidas alcoólicas, tabaco, marcas, etc.) graças ao efeito demonstração e à manipulação subliminar. Nesse sentido esse Grande Irmão é manipulador, interesseiro, zombeteiro e depravado. Joga muito bem com o conceito de liberdade – porém seu objetivo é amarrar e escravizar milhões de pessoas conforme sua ambição pelo poder, pela fortuna, personificada nos candidatos que ralam na sua arena em busca do prêmio. A fome em busca da vontade-de-comer: casamento da cobiça com a ambição – com dezenas de milhões gastando seus centavos para participar desse jogo com de cartas marcadas.
Ao contrário do Estado – que era o instrumento de dominação da ficção “1984” dos ditadores, para a realização de seus planos malignos, agora é a iniciativa privada – o mercado com seus tentáculos - personificada nas potestades do ar (Redes de TV).
A série BBB também se presta ao serviço de levar ao conformismo a população quanto a constante quebra de privacidade que hoje se vê, com cameras nas ruas, nos corredores, nos elevadores, em repartições e coletivos – vigiando cada movimento do cidadão, sempre sob suspeição. Tudo em nome da segurança e da paz social! Para onde caminhamos nesse BBB universal? Parece haver, do outro lado das telas, uma insidia, uma mente poderosa, impessoal, enigmática, com sede ilimitada de informação para saciar seus quadrilhões de bites, – que nos lembra a saga genial dos personagens de Matrix, o filme. Como defender nosso corações e mentes da imposição brutal da violência, das aberrações cinematográficas, das perversões inculcadas, das tendências virtuais tendenciosas, da banalização da vida e do desprezo da alma?
Sejamos sábios, cautelosos e prudentes! Há maravilhosas sendas do saber e da verdadeira cultura nas bibliotecas, nos diálogos entre gerações, na camaradagem sadia e na afetividade sóbria de amizades que conduzem a hombridade. Pelo amor de Deus: O tempo é precioso demais para perdê-lo se expondo a malicia decrépita desse Big Brother!
George Orwell escreveu sua genial obra, “1984”, para prevenir e vacinar o mundo com relação a ameaça da tirania e do totalitarismo. Foi descaradamente traído! Leia esse livro em vez de ser tributário ingênuo dessa depressiva e miserável programação.
(José J de Azevedo)
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