quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O SINAL DA CRUZ




EUROPA PROIBE O CRUCIFIXO

Paulo disse: “Se Cristo não ressuscitou é vã a nossa fé”. Recentemente uma onda de indignação varreu a Itália, pois a Corte Européia de Direitos Humanos em Estrasburgo, na França, decidiu contra o uso de crucifixos em salas de aula na Europa. Segundo esses juízes, a prática violaria os direitos dos pais de educar seus filhos da maneira como preferem e contraria os direitos da criança de escolher livremente sua religião. Essa proibição é polêmica e questionável, pois em países de maioria budista, muçulmana, xintoísta, hinduísta, xiita, etc. os símbolos e pregações religiosas fazem parte do seu dia a dia – dentro e fora das escolas. Nessas regiões do globo os cristãos têm sua liberdade restrita, vigiada e até perseguida – sendo até proibidas conversões por parte dos seguidores de Maomé, por exemplo. Porém nos países de maioria cristã qualquer manifestação religiosa vem sendo encarada como ofensiva ou discricionária. – nesse ponto as minorias têm apoio de intelectuais ateus do ocidente – que vêm nos seguidores de Cristo ameaça permanente a seu status social, filosófico ou político.
Os cristãos evangélicos não usam o crucifixo, pois sabem que Jesus venceu a morte – não ficou sepultado, nem para sempre fixado no madeiro. Essa é uma das glórias do cristianismo: Seguimos àquele que se submeteu à cruz e venceu a morte por amor da humanidade caída.
Desde a igreja primitiva a cruz tem sido o símbolo central e universal dos cristãos. Porém o mais importante é o significado espiritual da Cruz de Cristo. Falando sobre esse significado Jesus ensinou seus seguidores, condicionando o discipulado: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.
Séculos antes do catolicismo romano, conforme John Stott em sua magnífica obra, “A Cruz de Cristo”, os perseguidos cristãos “gravavam a cruz como símbolo visual de sua fé, faziam o sinal da cruz em si mesmos ou nos outros”. Conforme Stott, foi Tertuliano foi um dos primeiros a testemunhar essa prática: “A cada passo e a cada movimento... traçamos na testa o sinal da cruz”. Cita também Hipólito, presbítero, que escreveu no ano 215 D.C que o sinal da cruz era usado pelo bispo para ungir a testa do candidato durante a Confirmação, e recomendava: “Imitem sempre a ele (Cristo), fazendo, com sinceridade, um sinal na testa, pois este é o sinal da sua paixão” Recomendava também: “Quando tentado, sempre reverentemente sela a tua testa com o sinal da cruz”.
Especialmente quando ministramos o sacramento da Comunhão (Ceia do Senhor) cantamos hinos que lembram o sacrifício de Cristo quando assumiu na cruz o nosso pecado: “Sim eu amo a mensagem da cruz, até morrer eu a vou proclamar, pois um dia em lugar de uma cruz a coroa Jesus me dará
Em outro hino declaramos: “Quero estar ao pé da cruz / que tão rica fonte / corre franca, salutar / de Sião no monte / Sim na cruz, sim, na cruz / sempre me glorio! / E, por fim, descansarei / Salvo, além do rio
A.W. Tozer lembra que “a cruz de Cristo é a coisa mais revolucionária que já apareceu entre os homens. Depois que Cristo ressurgiu dos mortos, os apóstolos saíram a pregar a Sua mensagem, e o que pregaram foi a cruz. E por onde quer que fossem pelo mundo, levavam a cruz, e o mesmo poder revolucionário ia com eles. Seu poder mudou homens maus em bons. Sacudiu a longa escravidão do paganismo e alterou completamente toda a perspectiva moral e mental do mundo ocidental”.
Paulo sintetizou a rejeição da cruz por parte do mundo: “A palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós que somos salvos é o poder de Deus”.
A Europa, após duas guerras, levantou-se das cinzas para a prosperidade e estabilidade social. O cristianismo real parece ter ficado na História e nos monumentos visitados pelos turistas, como a Catedral de Notre Dame e, em Londres, a sublime Abadia de Westminster – onde nasceu uma das mais preciosas confissões da fé cristã. As velhas gerações perderam o poder de transmitir às novas o legado bíblico, profético e existencial da Igreja que nasceu sob o signo da cruz. Por outro lado, milhões seguem apenas rituais exteriores, captulados pelo fascínio do secularismo. Nas regiões onde a Igreja prospera o vinho novo da Palavra vem sendo misturado pelo interesse humano e as mazelas denominacionais. Porém, como em toda História, permanece o remanescente fiel.
Que em nossos dias o sinal da cruz não seja apenas um gesto exterior ou um costume herdado – sem o fundamento de vidas comprometidas com Cristo. A cruz de Cristo é o nosso símbolo de fé supremo. Estar firme em uma denominação cristã, bíblica, transparente e realmente comprometida com Cristo é fundamental e faz parte da dinâmica da Igreja . O discipulado tem seu preço, o caminho é estreito – porém nada se compara a glória de pertencer a Cristo e segui-lo com gratidão, submissão e amor. Com humildade e quebrantamento, em nossas carências e contradições, sejamos conhecidos como seguidores do Cordeiro que liberta, tendo como alvo a glória de Deus e o amor abnegado. O verdadeiro sinal da cruz deve ser muito mais que um gesto – deve ser visto como expressão de testemunho
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